Que o produto tóxico encontrado nas cerveja Belorizontina e Capixaba, da BAker, tem a ver com seu carro?

17/01/2020

Dietilenoglicol, ou DEG para os íntimos, foi um termo que explodiu nas buscas pela internet nos últimos dias. O motivo é que o composto químico é protagonista de ter contaminado pelo menos 17 pessoas que teriam bebido as cervejas Belorizontina e Capixaba, da companhia mineira Backer. Esse fluido faz parte de uma série de compostos altamente tóxicos, e provavelmente, você já ficou a alguns centímetros de muitos litros deles.

Muitos glicóis são usados para alterar o ponto de ebulição e fusão da água. Com ele é possível manter o fluido líquido abaixo de 0º C ou acima de 100º C, algo essencial para as máquinas usadas para refrigerar a cerveja durante o processo de fabricação da bebida. E, naturalmente, ele também é bem útil no sistema de arrefecimento dos carros.

A temperatura de trabalho de um motor a combustão a gasolina ou etanol fica entre 97º C e 103º C. Ou seja, se houvesse só água circulando no motor, ela evaporaria tão logo o motor esquentasse — ou, pior, congelaria e destruiria as galerias de refrigeração em locais com temperaturas abaixo de zero.

Por isso, o fluido de arrefecimento é composto por água desmineralizada e etilenoglicol, que é aquele aditivo colorido que você pode comprar puro ou misturado. O composto usado nos automóveis é levemente diferente do envolvido nos casos de intoxicação: nas cervejas o suspeito é o dietilenoglicol, enquanto que no sistema de arrefecimento normalmente é usado o monotetilenoglicol (MOG).

Não que haja diferença para seu corpo, pois ambos podem matar se ingeridos em quantidades excessivas. Entre os sintomas da intoxicação estão náuseas, insuficiência renal e problemas neurológicos, que podem resultar em morte. O risco é menor em caso de inalação ou contato com a pele, mas isso não dispensa cuidados ao manusear esses aditivos.

Cuidado nunca é demais
Se for completar o fluido de arrefecimento do seu carro com aditivo, procure fazer isso em um local ventilado e tome cuidado para que não caia líquido na sua mão ou fora do sistema de refrigeração.

É essencial fazer isso só com o motor frio, pois o fluido circula em um sistema selado e abrir a tampa com o conjunto ainda quente pode resultar em queimaduras. Também é preciso verificar no manual de instruções do veículo qual é o aditivo correto e a proporção em que ele deve ser misturado com água, sempre desmineralizada.

Se sobrar fluido na embalagem, mantenha ela fechada, armazenada em local à sombra e sempre longe do alcance de crianças. E só descarte as garrafas vazias em locais adequados.

Fonte: Auto Esporte