Quais são os estilos de cervejas artesanais preferidos no Brasil?

13/12/2018

Que as cervejas artesanais vêm conquistando o brasileiro isso é fato. Atualmente, o Brasil ocupa o lugar de terceiro maior mercado mundial de produtores de cerveja, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China.

Com esse crescimento, vieram as diversidades de sabores. Por muito tempo os estilos American Light Lager e Pilsen, ainda muito apreciados pelo brasileiro, eram os únicos conhecidos pela grande massa. Diversificadas e com uma ampla possibilidade de sabores, as cervejas artesanais mudaram esse cenário.

Separadas por 3 tipos de fermentação - Ales, Lagers e Híbridas, 34 famílias e cerca de 112 estilos, as cervejas artesanais se diferem por combinações de ingredientes e uma infinidade de sabores. Os estilos variam em cores, níveis de amargor, graduações alcoólicas e corpos das cervejas, conjuntos de características certificados pela Beer Judge Certification Program (BJCP), organização internacional responsável por regulamentar o assunto.

Há as mais adocicadas, amargas, azedas, coloridas e escuras, uma série de possibilidades que agrada diversos paladares. Mas quais características formam os estilos que conquistam cada vez mais os brasileiros?

Um estudo realizado pela equipe do bar de cervejas artesanais Capitão Barley durante 2018, apontou os estilos mais consumidos durante o ano. As IPAs (India Pale Ale), cada vez mais populares, se destacam. Entre elas a New England IPA, um estilo criado no estado americano de New England recentemente, de cor amarelada, bem turva, com aromas de frutas tropicais, baixo amargor e sabores intensos de lúpulos que remetem a frutas como goiaba, manga, mamão, melão e lichia. Outra queridinha é a West Coast IPA, da costa Oeste dos EUA, que revela uma pancada de amargor,com sabores e aromas cítricos e resinosos que deixam o malte como coadjuvante.

Ainda segundo a pesquisa, um estilo que se destaca cada vez mais é o alemão Berliner Weiss, que usa trigo e é mais leve e refrescante que o estilo Weiss tradicional, com acidez suave e aromas que podem remeter a frutas cítricas. Usa-se também frutas frescas durante a produção desta cerveja. Por fim, outro estilo alemão que caiu nas graças do brasileiro é o Gose. Apesar de ter sido deixado de lado durante anos, as Gose, cervejas de trigo de acidez baixa mas perceptível, levemente salgadas, com sabores leves de frutas e coentro, apresentando final seco, cor amarelada e túrbida, são absurdamente refrescantes e voltaram a agradar.

De acordo com o beer sommelier Saul Caffarena, do Capitão Barley, apesar de haver uma mudança, os brasileiros ainda mantêm uma busca que condiz com nosso clima e cultura. "Ainda há uma leve preferência por estilos mais refrescantes, sejam os com mais acidez ou os mais lupulados com sabores tropicais", afirmou. Mesmo assim, ele revela que o crescimento do mercado se deve à busca do público por novidades nos sabores. "Os brasileiros estão experimentando mais estilos, não ficam mais apenas nas tradicionais. Os preferidos geralmente são mais saborosos e proporcionam experiências sensoriais bem diferentes".

Fonte: Terra