Empresa cria cerveja de maconha que não tem álcool e “sobe” mais rápido

25/07/2018

Sem álcool, sem glúten e produzida a partir de vegetais que seriam desperdiçados. Poderíamos estar falando de uma infinidade de bebidas fitness da moda, mas trata-se de nada menos que uma cerveja de maconha.

A bebida foi desenvolvida pela startup canadense Province Brands e promete ser a primeira cerveja realmente à base de cannabis – já que as desenvolvidas até agora são produzidas à base de infusão de óleos e têm “gosto de brócolis podre”, conforme afirmou Dooma Wendschuh, fundador da empresa, ao The Guardian.

A cerveja em questão, por sua vez, tem como ingredientes os talos, caules e as raízes de maconha, partes que em geral são descartadas por produtores, que utilizam as flores e folhas. O segredo por trás do no produto, segundo o empresário, está em balancear as quantidades de água, lúpulo, leveduras e, é claro, maconha. Todo o álcool produzido nesse processo é removido ao seu término.

O produto final é descrito como mais seco e menos doce do que uma cerveja comum, além de oferecer um efeito mais rápido do que a bebida e até mesmo do que os alimentos à base da droga. O objetivo é oferecer uma bebida que seja equivalente a uma dose de álcool.

Quem espera que ela seja tida como saudável, porém, pode se decepcionar um pouco. Embora o empresário afirme que a cerveja é mais saudável do que as alcoólicas, ele admite que deve ser consumida com igual cautela. “Você não deve bebê-la cinco vezes por dia e nem como primeira bebida da manhã”, diz.

Mais do que agradar dois tipos de público com um só produto, o lançamento pretende aproveitar uma grande oportunidade para muitos empreendedores: em outubro, o Canadá se tornará o segundo país do mundo a legalizar o uso recreativo da maconha. A expectativa é que a demanda por maconha medicinal e recreativa no país alcance 575 toneladas em 2021, o que representaria US$ 4,5 bilhões em vendas.

A lei, que permite a posse, o cultivo e a venda da erva a adultos, ainda não se aplica aos produtos comestíveis à base da droga. A expectativa é que eles sejam liberados um ano mais tarde – o que já foi suficiente para estimular os planos ousados da startup: investir 50 milhões de dólares canadenses no que seria a primeira cervejaria de maconha do mundo.

“Se eu pudesse criar uma alternativa para o álcool, isso mudaria o mundo. Isso é algo pelo que sou muito apaixonado”, diz o fundador.

Fonte: Época Negócios