4 cervejas clássicas que você não pode deixar de beber

17/06/2019

O que seria dos filmes de espião se não fosse James Bond? Ou então o que seria da ficção científica se não fosse Metropolis. Ou da comédia se não fosse Jerry Lewis. Existem aqueles que seguem um gênero, e há quem crie o gênero. No universo da cerveja não é diferente. Certos rótulos criaram estilos. E em tempos que o mercado só pede novidades e IPAs, nada melhor do que recuperar um pouco da importância daquelas cervejas que marcaram época e até hoje são reconhecidas como o melhor do seu gênero.

Durante a Quaresma, por exemplo, monges alemães da ordem dos Mínimos, também conhecidos como Paulinos, tinham a tradição de fazer cervejas mais robustas para nutrir melhor durante o período de jejum, que se estendia do nascer ao pôr do sol. Esta cerveja foi lançada muitos anos depois como Paulaner Salvator, considerada a primeira do Doppelbock do mundo.

Ainda no meio dos mosteiros, mas na Bélgica, antes da Segunda Guerra Mundial, havia uma cerveja de trigo condimentada com cascas de laranja amarga e semente de coentro. A receita se perdeu com o conflito e foi recuperada, de memória, muitos anos depois por um leiteiro chamado Pierre Celis, que teria servido como assistente de cervejeiro em um mosteiro quando jovem. Ela ficou conhecida como a primeira witbier moderna do mundo e foi batizada com o nome da cidade natal de Celis, Hoegaarden.

Já na Inglaterra a cervejaria Fuller’s lançou em 1971 uma versão mais robusta da sua famosa London Pride, uma Special Bitter. Chamou de Fuller’s ESB, um sucesso que ganhou várias medalhas e deu início ao estilo Extra Special Bitter.

Mas vêm dos Estados Unidos os exemplos mais modernos. A Anchor Steam Beer, por exemplo, é considerada a primeira California Common, o primeiro estilo tipicamente norte-americano. Ela data da década de 1960 quando o dono da cervejaria Anchor, de São Francisco, Fritz Maytag, decidiu fazer uma cerveja diferente do que havia no mercado – até então dominado por cervejas leves chamadas American Lagers.

Inspirado nas Ales inglesas, ela cria uma receita mais maltada e lupulada, encorpada e amarga, com matérias-primas que tinha à disposição. Não foi um sucesso imediato. Mas inspirou muitos dos pioneiros da cerveja artesanal americana, que hoje construíram um mercado de aproximadamente 13% do market share do volume de cervejas em geral do país (em dólares, ocupa 24%).

Se você quer realmente entender de cerveja, não fique bebendo apenas um estilo ou um rótulo de cerveja. Visite os clássicos. Eles são chamados assim por um motivo.

Fonte: Gazeta do Povo